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muay thai, o boxe tailandês

A Tailândia é famosa pelo que o próprio nome diz: boxe tailandês.

Em Chiang Mai, no norte do país, na zona turística da cidade velha, existem vários ringues, onde a porrada pega geral!

Nessa viagem, estamos com o Lipe, e por isso em muitos programas que temos a oportunidade de fazer, ficamos limitados em função dos riscos que envolvem e de não ser ambiente para o pequeno viajante.

Uma sessão de lutas de muay thai se enquadra nesse perfil.

Dessa vez combinamos que a Claudia ficaria com ele vendo DVDs no hotel enquanto eu curtiria essa experiência que já estava há 7 anos em conserva.

Já adianto que foi muito bacana, apesar da minha revolta com a última luta.

Por 400 Baths, cerca de 14 dólares, comprei meu ingresso e mergulhei nas vielas das lutas da Tailândia.

Me senti como se estivesse dentro do filme “O Grande Dragrão Branco” (quem não lembra!), onde Jean Claude Van Damme se mete num torneio clandestino de lutas e o ringue fica no submundo de Hong Kong.




Não fosse a horda de gringos que invadem o local, a atmosfera pareceria realmente um filme, com todos os detalhes incluídos, daqueles que víamos na Sessão da Tarde ou na Sexta Super.

Entrei por um corredor estreito, com banquinhas de comida dos dois lados, saltando em ziguezague, tentando não pisar nas poças d`água nem me molhar, afinal o São Pedro de olhos puxados resolveu mandar uma bomba exatamente às 20:45h, e o início do espetáculo era às 21h.

Conforme eu me aproximava do local do ringue, a música de fundo aumentava. E como descrevê-la pra vocês!

Uma mistura de som religioso, budista é claro, com mantras sendo recitados ao fundo e, por fim, dando a emoção da vitória árdua de um lutador já quase sem forças...hehehe, me puxei.





Impressionante!

Ouvindo isso, depois de uma curva, me dei de cara com o ringue. Luzes, neon, parede de tijolos sem reboco, saco de pancada pendurado por todos os lados, tudo escrito em thai, fumaça de cigarro, tailandês passando com bolo de dinheiro querendo que eu apostasse em um dos lutadores da primeira luta, e muita cerveja Chang rolando. Show de bola!!

É, infelizmente isso não é lugar pro gordo, ainda...mas é realmente emocionante sentir aquela vibração, arrepia mesmo!

No total, foram 6 lutas, as 2 primeiras entre oponentes de apenas 14 anos de idade, a terceira com uma gurizada mais madura, de uns 16 anos mais ou menos, um combate entre 2 gurias e, por fim, as 2 últimas tendo como um dos lutadores um gringo.





Antes mesmo de eu tomar minha primeira cerveja, o pau já tava pegando lá em cima.

Enquanto eu estava ajeitando filmadora e máquina fotográfica, vendo melhor ângulo e tal, já tinha no ringue 2 crianças devidamente paramentadas para a pancadaria.

É EXATAMENTE isso que eu disse, a veemência com que aqueles pirralhos se batem é incrível, os estalos do peito do pé de um estourando nas costelas do outro se ouve frouxo.

Legal que não dura muito, chega no máximo até o segundo round e um já cai. Aliás, em todas as lutas teve nocaute, exceto na última, que foi uma palhaçada.





No intervalo das lutas, quase não dá tempo de ver o cenário inteiro.

É cheiro forte de gelol no ar, quase não se sente o do cigarro, passa mini lutador banhado em vaselina pra todo lado, a gringalhada tira fotos com o vencedor da luta anterior em frente ao brasão da Muay Thai Thaphai, o tailandês das apostas agora tá com mais dinheiro na mão e gritando mais alto, tem um espanhol raquítico atrás de mim que ganhou um calção cor-de-rosa de lutador de muay thai e tá tentando chutar um saco de pancadas para ser fotografado pela galera dele, simplesmente hilário.

E eu não consegui, ainda, tomar um gola de cerveja.

Som na caixa, Dee Jay!!

A música reinicia, e na segunda luta os 2 franzinos tailandeses entram no ringue e, como é de praxe, executam um ritual com movimentos parecidos, pedindo proteção...





Mentalmente fiz apostas em todas as 6 lutas.

Para saber quem iria ganhar eu olhava o perfil do lutador, incluindo estrutura óssea, estatura, espessura do joelho e, por fim, o mais importante, a cara de mau, e bati o recorde, só acertei o resultado da última!

Meu camarada tailandês, aquele do bolo de dinheiro na mão, teria ampliado seu faturamento se eu fosse louco de apostar numa coisa dessas.



Chute pra lá, joelhada pra cá e tá lá mais um corpo estendido no chão.

Agora a galera se soltou, querem ver sangue! A cada soco que entra no rosto daquelas crianças, a galera levanta, confesso que fiquei meio nervoso de ver aqueles pirralhos tomando tanta porrada, e a galera vibrando com isso então!

Mas a situação exigia relax, a vida inteira se faz isso na Tailândia, os pais, os avós, e os bisavós daqueles meninos já se porravam.



Passou a terceira e a quarta luta, a grande maioria dos gringos com a cabeça cheia de Beer Chang, eu recém na primeira (a filmadora e a máquina fotográfica ainda não saíram da minha mão), rituais sendo feitos, apostas também, e mais um ciclo se completa.

Até que anunciam a próxima luta, um inglês contra um tailandês.

Nas academias de muay thai que disponibilizam ringues como esse aqui, existem aulas para estrangeiros, onde aprendem tudo sobre o boxe tailandês, com direito a se “apresentarem” numa noite como essa.



Muito legal de ver o técnico do gringo, um thai, passando as dicas na hora da luta.

Pela postura do inglês desde o início do round, reverenciando a dança do tailandês, respeitando tudo o que aprendeu ali e empregando a técnica aprendida, o público foi ao delírio quando o gringo nocauteou o franzino tailândes.

Mais um resultado que erraria, acreditando no poder espiritual daquele lutador encharcado em vaselina.


O último combate foi, ao mesmo tempo, decepcionate e vibrante.

Vou tentar me fazer entender: já com os lutadores no ringue, eles (os tailandeses), antes de cada luta, executam um ritual que pede proteção e sorte aos lutadores, e às vezes homenageia seu técnico.

O ritual consiste em, no ritmo da música, ajoelhar-se, ir nos 4 cantos do ringue, fazer uma tal coreografia com os braços e com as pernas...é bem legal, a coisa tem um sentido religioso, então não chega a cair na zoação dos espectadores.

Acontece que o tal oponente inglês resolveu dar uma de engraçadinho, debochando do ritual do magrinho tailandês. Daqueles gringos bobalhões que querem fazer todos rirem a todo custo. O cara ia para os corners atrás do tailandês e fazia caras e bocas.

Quando a luta começou, o cara deu um show de desrespeito e de falta de preparo, tomou uma mijada do juiz e uma vaia que se ouviu lá em Bangkok!!





Eu, não consegui tirar uma foto sequer ou filmar ao menos 1 minuto dessa luta, de tão preocupado que eu estava em vaiar o gringo idiota e vibrar quando o tailandês acertava algum golpe que realmente doesse.

Bom, pra resumir a história, o inglês mongolóide perdeu a luva, batia na própria cara, ameaçava o tailandês e tentava fazer uma dancinha para irritar o oponente...um fiasco total.

Foi desclassificado e o teto do ringue quase veio abaixo com o tailandês sendo carregado nos ombros pelo técnico.



Ô, noite!!

Tomei só uma long neck de Singha Beer mas, em compensação, consegui registrar esses momentos (ou quase todos eles)...











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Claudia Rodrigues Pegoraro

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1 comentários:

  1. tomara q estas crianças aprendam tb que isto é um esporte e não uma forma de resolver problemas por ai.....beijinhos da dinda!

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