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Borobudur é tudo isso, sim!

A Ásia é apaixonante sim! 

Desde que viemos para estas bandas pela primeira vez, há 7 anos atrás, e conhecemos Angkor Wat no Camboja, os templos jainistas da Índia e os wats da Tailândia, esse tipo de atração turística, ou melhor, esse tipo de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, tem nos deixado cada vez mais com vontade de mergulhar na cultura local e sair dali sempre com um algo a mais do que uma mera visita.



Estamos na ilha de Java, Indonésia; e aqui se localiza, ao menos para mim, um dos mais impressionantes, apaixonantes e fotogênicos - senão o mais - templo budista da Ásia: Borobudur!

Partindo de Yogyakarta, pegamos um táxi para a cidade de Borobudur e, já ao entardecer, chegamos num hotel, indicado pelo nosso motorista (o que não é aconselhável fazer, tendo em vista os diferentes níveis de roubadas a que estamos expostos fazendo isso).

Mas desta vez nos demos bem demais, o Princess Manohara Hotel é um espetáculo e, apesar de não tão barato, é a melhor opção para quem quer ser o primeiro a chegar no templo antes de o sol nascer, evitando assim as hordas de turistas chatos que se acumulam num mesmo ponto tentando tirar sempre a mesma foto, e conseguindo...estragar a sua.
  
Muito bem, o hotel fica dentro do complexo de Borobudur, tem uma entrada exclusiva para os hóspedes poderem acessar o templo, e é a única opção, claro que pagando algumas centenas de milhares de rúpias indonésias a mais, para quem quer ser testemunha dos primeiros raios solares atingindo o maior templo budista do mundo.

E vale a pena mesmo!!











Mais uma vez, a Claudia e o Lipe ficaram fora dessa. Fazer o quê! Seria uma tortura madrugar o gordo e carregá-lo dentro do seu intrépido carrinho suspendido por dezenas de degraus no meio da escuridão e das “cucas” (como ele chama as imagens e estátuas do Buda), apenas para estarmos todos juntos nesse momento.

A alternativa foi os dois irem ao templo lá pelas 6h30min, horário em que o rapaz está despertando, e uma boa hora para estar lá, e apreciar a luz completamente amarelada do sol nascendo sobre Borobudur.

Pois bem, fiz minha reserva junto a mais outros 15 desbravadores!

- Às 4h30min vocês estarão saindo daqui com um colega que irá escoltá-los, me disse o rapaz da recepção.

Há que se dizer que as entradas são pagas ali no hotel mesmo: é um plus para chegar mais cedo lá.

Na Indonésia e nos demais países do sudeste asiático, nessa época do ano, está fazendo no mínimo 32 °C durante o dia, e por isso estamos viajando apenas com bermudas, camisetas e chinelos nas mochilas, até chegarmos em Bangkok novamente e reagruparmos todas as nossas coisas, para seguirmos para a Europa com roupas mais quentes.

Peguei minhas tralhas (leia-se: máquinas de foto e filmadora) e saí do quarto às 4 da matina. Fazia um frio de bater o queixo! Sério, o dedo médio do pé esquerdo congelou, eu nem sentia mais. Isso que eu nem cheguei na recepção ainda!!

Olhei para os demais colegas de expedição e vi que eu tava mal mesmo! Todos de botas de trekking, calças da Timberland, casacos de soft. Pior quando eu vi o guia de touca e luva...só me restava rir e tremer de frio dentro das minhas Havaianas, bermudas e camiseta de manga curta...PQP!!!!

Recebi uma lanterna e um sarong e logo o nosso batedor chamou a galera e partimos para o meu Everest, digo, o meu Boroburur! Apenas 10 minutos de caminhada e logo estamos aos pés dele!

Às 4h45min, em frente ao templo, não se vê nada além da silueta de Borobudur. E eu digo, é impressionante!

O guia, nesse momento diz: - Aqui no primeiro andar é o melhor local para assistir ao nascer do sol, mas vocês podem explorar o templo o quanto quiserem!

Pra quê!! Não precisava nem dizer, meu camarada!! Peguei minha lanterninha, levantei meu sarong tipo lavadeira cubana e FUI!

Fiquei impressionado com a falta de interesse da gringalhada que estava no grupo. Simplesmente todos sentaram-se no chão ou em algumas muretas que existem no primeiro andar e ali esperaram o amanhecer!! Tinha uma japonesa que se afastou pouco antes de eu sair para o mesmo lado sem que eu a tivesse visto, e quando passei por ela, estava dormindo abraçada num Buda sentado. Me deu um cagaço...

O ambiente ali, nos corredores, aquelas centenas de imagens do Buda na escuridão dá uma sensação, sem brincadeira, de filme de Indiana Jones!! 

  

  

  

  

Foto? Nessa hora quase nenhuma, mas quando o céu começou a clarear, aí sim, fui à forra, no total foram mais de 500 fotos! Depois, ouvi um gringo dizer que tinha tirado 1200!! Me deu até um desânimo, quero ver ele selecioná-las depois...

Lá pelas 6 da manhã, quando o sol jogou um amarelão no templo (quando não estava atrás das nuvens), cheguei finalmente ao quinto piso, e me dei de cara com uma placa bloqueando o acesso aos 3 últimos andares (estavam interditados para limpeza das cinzas do vulcão, um tal de Merapi que há pouco tempo deu uma bufada!), bloqueando, assim, o acesso ao topo do templo, e ao local mais lindo que se tem para fazer fotos do nascer do sol!!


Não me conformei mesmo!! Dei uma volta na estupa principal, tirei muitas fotos de tudo que se possa imaginar, fiz algumas filmagens e me dei conta de algo estranho: estava ali no quinto piso há pelo menos uns 25 minutos e SOZINHO! Nem turista, nem segurança, talvez só a alma do Buda estivesse ali...

 

 



Aí pensei: Velho! Eu não vim até aqui, sabendo o que eu iria encontrar - o meu highlight dessa gigantesca viagem - para não tirar aquela foto que eu sempre sonhei, pô!

Pior, ser bloqueado porque estão limpando?? Se estivessem fazendo alguma restauração importante com certeza não há o que se discutir, mas limpar?? Eu ajudaria os caras a limpar por uma hora se me deixassem subir lá!

E nada de aparecer alguém ali. Olha, se me pegarem pulando e me expulsarem daqui, por uma foto já vale!! Larguei a mochila no chão, abandonei as Havaianas (pra não sujar, é claro) e escalei um muro de 1,8 metro. Cheguei no sexto piso, bem na estupa aberta onde tem um Buda sentado de frente para o nascer do sol.

Soquei o dedo no botão!! O clique da máquina dava eco de tão vazio que estava o local! A Lei de Murphy é f...meu dedo congelado no disparador da máquina, eu extasiado assistindo de camarote ultra VIP o nascer do sol em Borobudur quando, de repente, pela parede do corredor da escada que desemboca lá em cima, vi uma sombra de alguém chegando.




- F...!!! Me escondi atrás da estupa do meu já íntimo amigo Buda e tentei ver quem era. Há! Uma gringa que estava lá embaixo abraçada numa imagem dormindo enquanto eu não perdia tempo em fotografar! Ela deu um Hello, e tudo seguiu como antes! Dedo cravado no disparador e a sensacional paisagem do sol pegando na bruma que encobria a floresta ao redor de Borobudur! Ê lasquera, como diria o Felipe...

Chega! Já é abusar da sorte!! Saltei lá de cima, calcei os chinelos, peguei a mochila e... tcham, tcham, tcham, tcham: eis que surge um guarda fardado, de rádio em punho, subindo as escadas, como quem estivesse assumindo o seu posto. Passou por mim, me deu um Hellouzinho e seguiu adiante...

É!! A coisa foi cronometrada. Não para fazer fotos do lugar proibido, mas sim para não ser mandado embora de Borobudur!! E digo de boca cheia: valeu demais a pena!! Não causei nenhum estrago a este tão valioso Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, tirei as fotos que estão entre as mais marcantes dessa BIG TRIP e da minha vida, e de quebra ainda tirei um papel de bala lá de cima e coloquei no lixo. Eles deveriam me agradecer!





Eu e a Claudia marcamos às 6h30min no primeiro piso da face da frente do templo. Faltavam dez minutos e comecei a descer quando já avistei os dois lá embaixo.

É chegada a hora de fotos em família, dividirmos a atenção ao jovem mancebo para que ele não pule de um andar para o outro (belo exemplo o meu) e fotos inusitadas do pequeno viajante.






  









É!! Borobudur é tudo isso sim!


Vai contemplar o maior templo budista do mundo?








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Marlon Sandri Pegoraro

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7 comentários:

  1. Que demais, estava na dúvida, agora vou mesmo!!
    Obrigada!

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  2. vai mesmo, Talita! e depois volta para contar como foi!!!

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  3. Pô muito show, vocês chegaram a ir á Prambanan que dizem ser igualmente fascinante, eu estou planejando em ir em Setembro será a melhor época? abraço!

    Fabiano Roque

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  4. fomos a Prambanan sim, e é mesmo muito show, sem contar que fica bem pertinho de Yogyakarta, é bem fácil de ir!

    dá uma procurada aqui no blog nos posts sobre a Indonésia que vais encontrar fotos de lá, tem uma das minhas preferidas, que parece que o Lipe tá sobrevoando os templos, kkkk

    http://felipeopequenoviajante.blogspot.com.br/search/label/Indon%C3%A9sia

    não lembro exatamente qdo fomos, mas com certeza foi por volta de final de agosto, e estava muito bom, sem chuvas!

    depois vê se volta para nos contar como foi!!!

    Claudia

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  5. Morri com esse post Marlon! Mega fã desta família!

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